Uma conversa com Luiz Bolognesi sobre os documentários “Ex-Pajé” e “A Última Floresta”, que catalisam debates importantes e críticos para o reconhecimento de problemas que afetam os direitos, a segurança, o bem-estar e a integridade dos povos e dos territórios indígenas. Uma abordagem sobre a importância da qualidade poético-mítica dos universos e da linguagem dos povos indígenas e de seus pontos de vista para a resistência às violências e para a adequação das nossas perspectivas e encontros. O que muda no olhar do diretor com a produção de ambos os filmes?

O objetivo do painel é promover o diálogo e o esclarecimento sobre os retrocessos da lei ambiental que vigoram enquanto o Brasil vive o momento crítico da pandemia. Entre eles, está o projeto de mineração em terras indígenas, o de mudança no licenciamento ambiental (autolicenciamento) e o de grilagem. O diálogo vai abordar as consequências da falta de debate público e democrático sobre o processo de análise de cada um dos projetos, bem como o desmonte da fiscalização ambiental com impactos na proteção do meio ambiente, biodiversidade e violências em decorrência da invasão de terras.

Reflexão sobre as questões enfrentadas pelas mulheres e meninas durante e após a pandemia. Alguns países e economias encontram mais dificuldades para retomar o dinamismo da economia e enfrentar o avanço do contágio. É o caso do Brasil, por exemplo, que inclusive passa por uma importante CPI para investigar possíveis negligências na condução do controle da doença, negacionismo, aquisição de vacinas e ritmo da imunização. Vamos refletir sobre como a pandemia e a recessão impactam a vida de mulheres e meninas, expondo-as a vulnerabilidades, violências e extrema pobreza em países de renda baixa e média na América Latina e Caribe. Vamos destacar como esse contexto poderá alterar o ritmo de avanços importantes como alcançar a equidade de gênero nesses países. A reflexão vai abordar como os países, as sociedades e o setor privado terão que dar mais atenção aos problemas enfrentados pelas mulheres e meninas daqui para frente, fazendo com que questões de gênero e raça, por exemplo, sejam prioridades nos planos e estratégias para a retomada da economia pós-pandemia.

Vamos dialogar sobre o prolongamento e gravidade da pandemia no Brasil e o aprofundamento dos problemas estruturais com a piora dos índices de desemprego, desocupação, dificuldades de empreender e perda de postos de trabalho qualificados, sobretudo entre as mulheres negras, que colocam quase um terço da população brasileira em extrema vulnerabilidade. O diálogo vai apontar exemplos, fatores, maiores pressões e uma reflexão sobre a importância de discutir e construir estratégias de recuperação que considerem especificamente gênero e raça e o que os governos, empresas e comunidades podem fazer para lidar com o atraso que se imprime em relação à igualdade de gênero e raça. Quais são as perspectivas sem ações concretas e sem uma lente de gênero e raça para pensar e promover a recuperação da economia?

Apresentação sobre os desafios de um projeto ambicioso de restauração de florestas endêmicas de altitude média e alta nos Andes Tropicais. Vamos falar sobre o envolvimento das comunidades andinas e o futuro das culturas indígenas, de modo a criar condições para que as comunidades também tenham proteção legal contra exploração de madeira, mineração e petróleo. Também será abordada a iniciativa que envolve a restauração, dentro da iniciativa Ação Andina, nos seguintes países: Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Argentina e Chile.

O objetivo da atividade é discutir com as entidades subnacionais e terceiro setor como estão avançando no cumprimento de compromissos estabelecidos internacionalmente e localmente. Vamos trazer exemplos de como as cidades e os estados estão se adaptando e mitigando os efeitos da crise climática. Como estamos observando a evolução dos compromissos ao longo dos anos? Serão abordados exemplos como a Declaração do Recife, o Decreto de Emergência Climática, Amazônia Agora, a articulação da ABEMA, entre outros decretos e espaços de diálogo. Quais foram os passos dados até o momento? Como podemos seguir na agenda de descarbonização e emissões líquidas zero até 2030? Qual é, ou pode ser, o papel das cidades e dos estados no cumprimento da NDC brasileira? Como os Estados e Municípios estão operando para uma agenda climática com o nível de ambição do Acordo de Paris?

O objetivo dessa atividade é abordar as funcionalidades de uma Comissão Parlamentar de Investigação, suas fundamentações e possíveis encaminhamentos. Importante abordar a ferramenta apontando seus poderes, limitações, garantias e direitos. A proposta é que essa atividade possa contextualizar esse instrumento para que, a partir dessas reflexões, possamos debater a CPI da Pandemia no painel que será realizado em um segundo momento.

A pandemia apresentou a necessidade de discutir os novos formatos de organização do trabalho e a discussão sobre a jornada faz parte disso, por trazer impactos na equidade de gênero, na produtividade e, em uma visão mais ampla, quando falamos desenvolvimento sustentável, tem impactos também na forma como nos relacionamos com o tempo, com a vida e as relações na sociedade. Um outro ponto é que a jornada de 40 horas semanais é um padrão de 100 anos atrás e tudo mudou no mundo do trabalho, menos essa regra. E o que o “ESG” tem a ver com uma jornada reduzida.
As novas formas de organização do trabalho, destacando a adesão ao home office, trazem oportunidades de inclusão (PCDs, Mulheres, etc) e também desafios quando não se repensa os formatos e as empresas tentam encaixar o padrão do escritório dentro das casas dos empregados, negligenciando as necessidades de cuidado.

No dia 24 de julho, a Lei de Cotas (Lei Federal nº 8.213/91), terá completado 30 anos. Segundo informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), o Brasil contava, em 2019, com cerca de 523,4 mil profissionais com deficiência trabalhando formalmente, o equivalente a apenas 1,1% da força de trabalho formal no país. Dados apurados em 2020 demonstram que o mercado de trabalho para pessoas com deficiência encolheu durante a pandemia.
Diante desse cenário, o painel se propõe a trazer um panorama sobre as conquistas e avanços dos profissionais com deficiência no sentido de ter acesso à cidadania plena; tratar dos retrocessos das políticas sociais e os desafios impostos a essa população vulnerável a partir da pandemia da Covid-19; e conhecer como as empresas têm atuado pela inclusão também a partir de sua influência social.

O objetivo desta atividade é explorar o enfraquecimento das fiscalizações ambientais, e como elas corroboram para o aumento de práticas ilegais. A expectativa é que possamos compreender como o processo de declínio da fiscalização abre espaço e facilita atividades irregulares que mobilizam mercados, setores e cadeias produtivas em associação à crimes fiscais como a lavagem de dinheiro e a corrupção.

A Dra. Janet Macharia nos traz uma reflexão sobre a pandemia e a disparidade de igualdade de gênero. Ela também aborda a importância do debate sobre a igualdade de gênero na resposta à crise da Covid-19 e como a pandemia afeta a vida de meninas e mulheres, com atenção especial para os países em desenvolvimento. Como olhar para a emergência global através das lentes de gênero? Nenhum país do globo alcançou a igualdade de gênero e, pior ainda, muitos países estão avançando lentamente ou mesmo retrocedendo. Como a crise pandêmica será crítica para direcionar o desenvolvimento da África para um caminho mais sustentável?

O painel tem como objetivo abordar as conexões e vínculos entre crimes ambientais e crimes de corrupção e lavagem de dinheiro que corroboram para o desmatamento recorde. Jogar luz a esse problema no Brasil é dar destaque ao tema e aos desafios da segurança climática. Os diálogos apresentarão uma análise sobre como as práticas de corrupção e lavagem de dinheiro acabam por acentuar a pressão sobre atividades ilegais como o garimpo, a grilagem, o tráfico e contrabando, as máfias, a violência contra povos originários, as expulsões, a escravidão e o desmatamento em território amazônico. Como projetos de lei que alteram os regulamentos da Regularização Fundiária, do Licenciamento Ambiental e da Mineração em Terras Indígenas acabam por promover desmantelamentos institucionais e inviabilização de operações de fiscalização e monitoramento? Como esse contexto implica diretamente em empecilhos ao cumprimento de acordos internacionais, como o Acordo de Paris, e da Política Nacional de Mudança do Clima (PNM), à promoção da segurança climática e da democracia?